Izabella Furtado
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na tarde desta terça-feira (10), o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por suposta tentativa de golpe para se manter no poder após as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oitiva é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes e ocorre após os depoimentos do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, do ex-ministro Anderson Torres e do general Augusto Heleno, realizados durante a manhã.
Bolsonaro começou a ser ouvido por volta das 14h30 e, ao ser questionado por Moraes, negou as acusações. Em sua fala inicial, reafirmou que sempre defendeu o voto impresso — uma de suas principais bandeiras enquanto parlamentar — e voltou a levantar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, prática que é investigada como parte da estratégia de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.
Durante o depoimento, o ex-presidente chegou a citar o ministro do STF, Flávio Dino, mencionando que o então candidato também teria contestado o sistema eletrônico de votação nas eleições de 2010, quando foi derrotado no Maranhão.
A oitiva ganhou tom político quando Bolsonaro começou a destacar ações do seu governo. Em outro trecho, o ex-presidente reforçou que sempre agiu “dentro das quatro linhas da Constituição”, frase frequentemente usada por ele em discursos públicos para defender a legalidade de seus atos.
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