O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é interrogado nesta terça-feira (10) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a suposta tentativa de golpe. Em seu depoimento, Bolsonaro declarou que sempre atuou “dentro das quatro linhas”, e apenas fez um desabafo por conta de decisões da Justiça contra ele na reunião ministerial de julho de 2022, que foi apontada como o evento que deu o pontapé inicial da trama.
Antes de iniciar o depoimento, Bolsonaro pediu para exibir vídeos que embasam suas alegações de defesa, mas o pedido foi negado por Alexandre de Moraes. Essa é a primeira vez que o ministro e o ex-presidente ficam frente a frente no andamento das investigações. Bolsonaro é o sexto réu ouvido pela Primeira Turma do STF. Alguns de seus aliados já foram deporam tanto nessa segunda-feira (09) como nesta terça-feira (10).

Logo no início do depoimento, o ministro Alexandre de Moraes citou algumas falas de Bolsonaro durante a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, em que o então presidente questionava a segurança das urnas eletrônicas. Em resposta, o ex-mandatário disse que em episódios ados, outras autoridades também fizeram levantaram dúvidas sobre os equipamentos, incluindo o ministro do STF Flávio Dino, e o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.
“Minha retórica me levava a falar dessa maneira, que usei muito enquanto deputado e depois como presidente buscando o voto impresso como uma forma a mais de termos mais uma barreira para evitar qualquer possibilidade de alterar o resultado das eleições”, declarou Bolsonaro, reforçando que "sempre jogou dentro das quatro linhas".
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do processo, foi o primeiro a prestar depoimento junto à Suprema Corte. Além dele e do ex-presidente, já foram interrogados o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; e o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
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