Um projeto vinculado ao Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que visa garantir o controle nacional de dados de cidadãos, já custou ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva cerca de R$ 1,2 bilhão. Os recursos da proposta são direcionados para contratos com grandes empresas norte-americanas e chinesas no desenvolvimento da “nuvem soberana”.
O sistema utiliza computadores remotos operados via internet, com equipamentos e softwares de grandes fornecedores internacionais, contudo sob gestão das estatais Serpro e Dataprev. Rogério Mascarenhas, secretário de governo digital do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), disse que a medida busca repatriar dados transferidos a provedores estrangeiros durante a gestão de Jair Bolsonaro.
O secretário alertou para o fato de que dados armazenados em nuvens de empresas como o Google podem estar fora do Brasil, contudo, nas chamadas nuvens soberanas, as informações ficam em centros de dados dentro do país, sob controle de empresas públicas. A estratégia é permitir o uso de ferramentas das Big Techs, mas com exigências de que os dados fiquem no Brasil.
Ainda segundo Mascarenhas, novos investimentos serão necessários para sistemas como o de arrecadação previsto na reforma tributária. Ele relembrou ainda que na gestão de Paulo Guedes, o governo incentivou o uso de nuvem, mas sem exigir que os dados ficassem no Brasil e como exemplo da vulnerabilidade desse sistema ele citou o ataque hacker de 2021 que derrubou o conectSUS, o qual ficava hospedado em servidor externo contratado no governo de Michel Temer e mantido na gestão de Bolsonaro. O ministério defende a nuvem do governo como medida de soberania e segurança cibernética, ao manter os dados em redes públicas.
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